Nos dias 1० e 2 de outubro, o Centro de Referência em Inteligência Artificial – CEREIA participou do Workshop CGI.br/FAPESP dos Centros de Pesquisa em Inteligência Artificial, em São Paulo.
O evento reuniu representantes dos dez Centros de Pesquisa Aplicada em Inteligência Artificial constituídos pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).
Representantes dos dez Centros de Pesquisas em Inteligência Artificial (Créditos: Daniel Antonio/Agência FAPESP)
Ao longo dos dois dias, foram apresentados os trabalhos desenvolvidos pelos dez CPAs instalados em diversas regiões do País. Esses Centros são resultado de seleção nacional com o objetivo de fomentar as pesquisas em inteligência artificial aplicadas em diversas áreas no Brasil. Segundo Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP, o objetivo desse encontro foi coordenar ações e possibilitar cooperações entre esses centros.
Fruto de chamadas públicas realizadas por meio de parceria entre FAPESP, o MCTI e o CGI.br, esses CPAs aproximam centros de pesquisa e empresas. Anualmente são disponibilizados R$1 milhão para cada um dos novos centros por um período de até dez anos. As empresas parceiras aportam o mesmo valor, totalizando R$20 milhões por unidade de pesquisa ao longo desse período.
Renata Vicentini Mielli, coordenadora do CGI.br, avalia que os CPAs “são, de certa forma, o embrião de políticas que estão sendo desenvolvidas em nível nacional, como o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA)”.
O PBIA foi apresentado pelo MCTI no final de julho de 2024 e prevê investimentos da ordem de R$23 bilhões nos próximos quatro anos. Para Mielli, um desafio para todos os projetos e iniciativas que trabalham com inteligência artificial está em desenvolver “uma IA que seja ética, responsável, segura e que tenha a confiança dos seus usuários”.
O diretor do Conselho Técnico-Administrativo (CTA) da FAPESP, Carlos Américo Pacheco, ressaltou a necessidade de os CPAs refletirem sobre o contexto de implantação do PBIA como norteador para os próximos passos dos projetos.
Prof. Soares apresentando o CEREIA (Créditos: Daniel Antonio/Agência FAPESP)
O diretor e pesquisador principal do CEREIA, professor José Soares, apresentou o Centro e o estágio de desenvolvimento das pesquisas em andamento. Em funcionamento desde março de 2023, o CEREIA é especializado em pesquisas de IA aplicadas à área de saúde e tem como empresa parceira a Hapvida Notredame Intermédica.
Composto por pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal do Piauí (UFPI), Universidade do Maranhão (UFMA), Universidade de Fortaleza (Unifor) e da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP), o CEREIA se diferencia também pela colaboração ativa da empresa parceira em seus projetos.
Em sua fala, o prof. Soares destacou como muito importantes essa “intensidade das interações entre as Instituições envolvidas e a Hapvida no âmbito de todas as linhas de pesquisa abordadas no projeto”. Para o diretor, “essa relação é a grande singularidade de trabalhar com a Hapvida, uma vez que além de possuir uma grande rede própria e verticalizada e, por conseguinte, um volume de dados bastante significativo e bem estruturado, tem atuado junto no processo de desenvolvimento dos estudos e experimentos”.
Maior empresa de saúde do Brasil, a Hapvida Notredame Intermédica tem atuação em rede própria de atendimento hospitalar e odontológico nas cinco regiões do país e se destaca por ter cerca de 16 milhões de usuários. Para o diretor, uma outra “grande vantagem de trabalhar com uma base de dados deste porte é a possibilidade de realizar pesquisas de amplitude epidemiológica”.
Soares, que também é Cientista-Chefe de Dados em Saúde do estado do Ceará, enxerga potenciais contribuições das pesquisas do CEREIA com a sociedade. “Pelo CEREIA, é possível integrar as dimensões de saúde pública e privada”, avalia.
Comitiva de representantes do CEREIA no Workshop CGI.br/FAPESP (Crédito: CEDC do CEREIA)
Também estiveram presentes representando o CEREIA os professores Pedro de Alcântara, vice-diretor, Rodrigo Porto, coordenador de administração e transferência de tecnologia, e Georgia Cruz, coordenadora de educação e difusão do conhecimento.
Sobre o CEREIA
Em funcionamento no Centro de Referência em Inteligência Artificial (CRIA) da Universidade Federal do Ceará (UFC) o CEREIA (Centro de Referência em Inteligência Artificial) é resultado da aprovação do projeto em seleção nacional conduzida por um consórcio formado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) para a instalação de Centros de Pesquisa Aplicada (CPAs) em Inteligência Artificial (IA).
Ativo desde março de 2023, o CEREIA tem como empresa parceira o Grupo Hapvida Notredame Intermédica (HNDI). O Centro foi criado em um contexto de efervescência no setor de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I), especialmente na área de Inteligência Artificial, e está fundamentado em sólidas bases acadêmicas, fortalecidas por uma rede de instituições de pesquisa nacionais e estrangeiras e pelas contribuições do ecossistema de empreendedorismo e inovação do estado do Ceará.
O CEREIA está, atualmente, sediado nas instalações do Grupo de Redes de Computadores, Engenharia de Software e Sistemas (GREat-UFC), no Campus do Pici, em Fortaleza. Conta ainda com três instituições parceiras: Universidade Federal do Piauí (UFPI), Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e Universidade de Fortaleza (UNIFOR), além do apoio da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP) e interveniência da Fundação de Apoio à Cultura, à Pesquisa e ao Desenvolvimento Institucional, Científico e Tecnológico (FCETREDE).
Integram o Comitê Gestor do CRIA/CEREIA: Diretor – Prof. Dr. José Soares de Andrade Júnior (UFC), Vice-Diretor – Prof. Dr. Pedro de Alcântara dos Santos Neto (UFPI), Coordenador de Administração e Transferência de Tecnologia – Prof. Dr. Francisco Rodrigo Porto Cavalcanti (UFC), Coordenador de Pesquisa e Inovação: Prof. Dr. Jorge Barbosa Soares (UFC), Coordenador de Ensino e Capacitação – Prof. Dr. José Antônio Fernandes de Macêdo (UFC), Coordenadora de Educação e Difusão do Conhecimento: Profa. Dra. Georgia da Cruz Pereira (UFC).
São seis as linhas de pesquisa abordadas no CEREIA e seus pesquisadores principais e associados são:
Linha 1 – Predição de doenças crônicas
Prof. Dr. Javam de Castro Machado – UFC
Prof. Dr. César Lincoln Cavalcante Mattos – UFC
Linha 2 – Suporte para avaliação de exames radiológicos
Prof. Dr. Pedro de Alcântara dos Santos Neto – UFPI
Prof. Dr. Anselmo Cardoso de Paiva – UFMA
Linha 3 – Engajamento de pacientes em programas de promoção da saúde e prevenção de doenças crônicas
Prof. Dr. João José Vasco Peixoto Furtado – Unifor
Prof. Dr. Jorge Luiz Bezerra de Araújo – Unifor
Linha 4 – Sistema inteligente para monitoramento remoto de pacientes
Prof. Dr. Guilherme Alencar Barreto – UFC
Prof. Dr. Charles Casimiro Cavalcante – UFC
Linha 5 – Anamnese assistida por Inteligência Artificial
Prof. Dr. José Antonio Fernandes de Macedo – UFC
Profa. Dra. Ticiana Linhares Coelho da Silva – UFC
Linha 6 – Interface de alta qualidade para Ciência de Dados em saúde
Prof. Dr. Ricardo de Andrade Lira Rabêlo – UFPI
Prof. Dr. Vitor Augusto Correa Cortez Almeida – UFPI
Assessoria Técnica – Apoio administrativo e gestão de projetos
Ms. Tatieures Gomes Pires
(Fonte: Prof. Dr. José Soares – Diretor do CRIA/CEREIA – diretoria.cria@ufc.br)